segunda-feira, 19 de maio de 2008


Cientistas dos Estados Unidos anunciaram ter concluído que a estatura pode ter permitido que pequenos primatas, ancestrais dos seres humanos, passassem a habitar as copas das árvores – uma mudança decisiva que ocorreu há cerca de 65 milhões de anos.

Há muito os cientistas vinham se questionando por que esses primatas optaram por viver nos galhos, apesar do gasto adicional de energia que a subida representa em relação a permanecer no chão e se locomover andando.

Na pesquisa, realizada na Duke University de Durham, no Estado da Carolina do Norte, os pesquisadores analisaram primatas como os lêmures (uma espécie que habita a ilha de Madagascar) quando estes andavam e se deslocavam verticalmente.

O estudo indicou, pela primeira vez, que não existe um aumento significativo no gasto de energia desses primatas - pequenos como ratazanas - quando eles sobem nas árvores.

Insetos e frutas

Jandy Hanna, da equipe de pesquisadores da Duke University, explicou à BBC que "os primatas mais antigos se diferenciavam de outros mamíferos em parte por explorarem um nicho nas árvores – os galhos nas extremidades".

Para tanto, esses primatas passaram por uma série de mudanças evolutivas, como o desenvolvimento de unhas em vez de garras, e de mãos com a capacidade de agarrar firmemente os galhos.

"O benefício de invadir esse novo habitat foi o acesso a um ambiente rico em insetos e frutas", disse Hanna.

Segundo Robin Crompton, do grupo de pesquisa em Evolução e Morfologia de primatas da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, a pesquisa mostra que, "para primatas de até cerca de 4 kg, o gasto energético da movimentação vertical sofre um incremento muito pequeno de acordo com o tamanho do animal".

"Por outro lado", ele disse, "estudos anteriores mostraram que isso não ocorre na locomoção por terra".

O estudo americano foi divulgado na última edição da revista Science.

BBC Brasil



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