quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Animais em extinção


Cerca de 20% dos mamíferos do planeta correm risco de desaparecer, segundo a avaliação mais completa já feita da situação destas espécies no planeta.

Segundo a "lista vermelha" publicada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), pelo menos 1.141 das 5.487 espécies de mamíferos terrestres estão ameaçadas de extinção.

Pelo menos 188 se enquadram na categoria máxima de "perigo crítico", afirmou a UICN, que considerou a situação como uma "crise de extinção".
O estudo, apresentado no Congresso Mundial da Natureza, que vai até o dia 14 de outubro em Barcelona, na Espanha, afirma que desde o ano 1500 pelo menos 76 espécies desapareceram.

Segundo a entidade, isto se deve à perda e degradação dos hábitats de 40% dos mamíferos do planeta, em especial na América Central e do Sul, na África ocidental, oriental e central, em Madagascar e no sul e sudeste da Ásia.

Não só mamíferos


A última edição da lista vermelha da UICN inclui 44.838 espécies, das quais 16.928 – quase 38% do total – correm perigo. Mais de 3,2 mil estão na categoria de ameaça máxima, disse a UICN.

Os anfíbios também enfrentam o que a entidade qualifica como "crise", com 366 espécies adicionadas à lista este ano.

Atualmente, 1.983 espécies (ou 32,4% do total) estão ameaçadas ou extintas, disse a entidade. Na Costa Rica, por exemplo, um sapo da espécie Incilius holdridgei não é observado desde 1986.

Novo índice

A UICN anunciou em Barcelona o lançamento do que chamou "o índice Dow Jones da biodiversidade" - um indicador para monitorar a ameaça às espécies.

Calculado em cooperação com a Sociedade Zoológica de Londres, o índice acompanha um conjunto de 1,5 mil espécies representativas da biodiversidade do planeta, para acompanhar as tendências gerais em relação a seu status.

Cientistas já realizaram avaliações de todas as aves, mamíferos e anfíbios conhecidos, mas a amostragem geral só abarcava 4% da biodiversidade terrestre.

"Estamos emergindo das trevas no que diz respeito aos conhecimentos de conservação. Até agora nos baseávamos em um subconjunto muito limitado de espécies", disse em um comunicado o diretor dos programas de conservação da Sociedade Zoológica londrina, Jonathan Baillie.

O sapo Incilius holdridgei, que não é observado desde 1986 (Foto: Wayne Van Devender/ PA Wire)
O sapo Incilius holdridgei, da Costa Rica, não é observado desde 1986
"No futuro, ampliaremos o âmbito de nossos conhecimentos das espécies, incluindo uma gama de grupos mais extensa, o que permitirá assistir as decisões políticas de maneira muito mais objetiva e representativa."


Perda de biodiversidade

O trabalho quer se somar a esforços para o objetivo de conter até 2010 a gradual perda da biodiversidade da Terra.

Um estudo realizado pelo cientista Jan Schipper, da organização Conservação Internacional (CI), afirma que a porcentagem de mamíferos ameaçada pode ser na verdade maior – 36%, nos cálculos de um artigo científico dele a ser publicado na revista Science.

"Isto indica que a prioridade para o futuro consiste em implementar ações de conservação apoiadas em bases científicas", declarou Schipper.

A UICN afirmou que faltam dados para avaliar com precisão o status de 836 espécies de mamíferos e que, por isso, outras podem estar sob risco de desaparecer. Por outro lado, os resultados mostram que determinadas espécies à beira da extinção podem se recuperar – 5% dos mamíferos atualmente ameaçados demonstram sinais de recuperação em estado silvestre, disse a entidade.

Fonte: BBC Brasil

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