terça-feira, 6 de abril de 2010

Sting e a legalização da Maconha

Os gastos efetuados com a repressão ao tráfico de drogas leves, como a maconha, deveriam ser redirecionados na luta contra a pobreza e o aquecimento legal, sustenta, com pleno acerto, o cantor e ator britânico Sting, de 58 anos, registrado como Gordon Matthew Thomas Sumner.
Para Sting, “a guerra contra as drogas faliu e as pessoas que precisam verdadeiramente de ajuda (tratamento) não conseguem nada. Muitos que carecem da maconha para uso medicinal, a fim de curar as suas doenças, também não a obtém. Estamos a gastar milhões, a lotar os presídios com infratores não violentos e a sacrificar a nossa liberdade”.
Essa manifestação de Sting acaba de ser difundida pelo jornal espanhol El Mundo.

O cantor Sting, há pouco e consoante noticiado no cotidiano britânico The Daily Telegraph, pediu aos norte-americanos apoio ao grupo de ativistas Drug Policy Alliance.
O grupo propõe mudanças na política criminal dos EUA, com a imediata saída, do regime carcerário fechado, de presos não violentos e condenados por delitos correlacionados com o uso de drogas.
Na opinião de Sting,  e isso vale para o Brasil, as pessoas que precisam de ajuda por dependência às drogas são consideradas e tratadas como delinquentes. Enquanto isso, ressalta, diminuíram os recursos para se combater a criminalidade violenta.

PANO RÁPIDO. 
A proposta de Sting é séria. Também é menos abrangente que a sustentada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O ex-presidente FHC quer a liberação de todas as drogas ilícitas, leves ou pesadas.
Como FHC não sabe como fazer, reúne grupos  para a elaboração de propostas legislativas, enquanto  aproveita espaços para aparecer na mídia.
Talvez, FHC proponha uma “Drogabrás”. Talvez para privatizar depois e isto e ouvidos, como já ocorreu no passado com as “Privatarias”, o banqueiro Daniel Dantas.
Na empreitada pela legalização, ampla, geral e irrestrita, FHC, que não quis a descriminalização das drogas nos seus dois mandatos e, no particular, cedeu às pressões do presidente Bill Clinton, associou-se aos ex-presidentes César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México).

Gaviria e Zedillo foram os responsáveis pelo grande sucesso financeiro e “status” de transnacionalidade obtidos pelos cartéis colombianos e mexicanos de oferta de drogas ilícitas.
Zedillo quebrou o México e, com isso, abalou a economia mundial. Apenas o mercado das drogas bombou e  alimentou o PIB mexicano.
Gaviria, entre tantas, permitiu que o megatraficante internacional Pablo Escobar construísse um presídio exclusivo, de 5 estrelas (La Catedral). Isto para passar uns tempos e evitar as pressões voltadas à sua extradição aos EUA.

Ao tempo de Gaviria, além dele permitir a construção de um presídio por Escobar, houve a criação do sofisticado complexo de refino de cocaína que ficou conhecido por Tranquilândia, ou seja, um lugar onde a polícia não entrava sem autorização de Escobar. O helicóptero do pai de Álvaro Uribe pousava na Tranquilândia, mas, à época, ele não era presidente da Colômbia.
FHC, Gaviria e Zedillo, ainda não foram homenageados por uma canção de Sting. Mas a trinca pode ser enxergada numa clássica obra de pintura, exposta no Museu Nacional de Nápoles. O quadro mostra cegos a dirigir outros cegos e todos na direção de um abismo.
Em síntese, a busca de um palanque levou FHC a levantar, sem dizer como implementar, a bandeira da liberação das drogas proibidas. Isso tudo num Brasil atrasado que ainda criminaliza o porte de drogas para uso próprio.

Wálter Fanganiello Maierovitch

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